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Poluição sonora? Já pensou nisso?

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O mundo está sentindo na pele as consequências da poluição sonora, mas poucos conseguem identificar como esse tipo de poluição tem agredido a saúde da humanidade. As cidades estão cada vez mais ruidosas e consequentemente, as pessoas mais doentes. O stress é uma das doenças do século. Você já parou para pensar porquê?

Podemos definir ruído como qualquer som indesejável que invade nossa privacidade. Além de ameaçar nossa saúde e produtividade, gera desconforto. Pode ser entendido também como qualquer fenômeno acústico desarmônico.

A percepção quanto aos efeitos prejudiciais do ruído na saúde vem de longas datas; acerca de 2.500 anos, documentos narrando a surdez dos moradores que viviam adjuntos as cataratas do Rio Nilo, no Egito antigo. O primeiro decreto que se tem conhecimento, relativo a proteção humana contra o ruído no Brasil é de 06 de maio de 1824, no qual se proibia o “ruído permanente e abusivo da chiadeira dos carros dentro da cidade”.

A poluição sonora, segundo dados da organização mundial de saúde pública, é a segunda causa de poluição que mais afeta o planeta, ficando atrás apenas da poluição do ar.

Pensar que aproximadamente 120 milhões de pessoas no mundo tem a audição prejudicada pelo ruído, soa meio exagerado, mas é real. Além dos prejuízos na audição, o ruído pode causar perturbações das diversas reações fisiológicas e psicológicas do ser humano, acarretando a uma série de doenças. Decorrente desse efeito poluidor, o stress é considerado uma das doenças do século. Associado a ele, várias outras enfermidades são desencadeadas.

No passado, a maioria das pessoas viviam em casas distantes umas das outras, normalmente em fazendas e sítios. Com uma vizinhança mais afastada e bem menos ruidosa. O advento tecnológico trouxe inúmeros benefícios e também alguns efeitos indesejáveis. A necessidade de mão de obra, a oferta de empregos por salários fixos e benefícios sociais encheram os olhos do homem do campo, transformando sua forma de pensar com relação sua subsistência.

As migrações das famílias do interior para a cidade grande, buscando uma vida melhor e também uma participação nesse processo do “desenvolvimento tecnológico”, abriu porta para novos mercados. A construção civil se viu obrigada a desenvolver soluções de construções rápidas e com menor custo. As pessoas queriam cada vez mais, morar próximas ao seu trabalho, próximas as escolas, próximas a hospitais, e por aí vai… A proximidade aos meios de maior acesso, fez com que crescesse o aglomerado de pessoas em determinadas regiões. As distribuições, nem sempre foram planejadas, onde originou boa parte das favelas.

Em muitos casos, as instalações industriais e comerciais se fizeram antes, e posteriormente, foram instalando pessoas, benfeitorias para atender esse pessoa residente nessa área, daí a pouco, outro grupo de pessoas e assim foram sucessivamente acontecendo as instalações formando as cidades atuais. A busca por atender a demanda dos novos moradores desses polos industriais, fez com que o setor da construção civil buscasse novos materiais construtivos. Em função disso, a tecnologia se mobilizou nesse contexto. Era mais que necessário, mudar a forma de se construir. A crescente demanda exigia economia e rapidez nas construções, não só para o setor habitacional, como também para o industrial, comercial e obras públicas. Foi a partir daí que surgiram materiais construtivos mais leves, arquiteturas arrojadas, redução do espaço habitacional, o que beneficiou muito a sociedade como um todo. O que ninguém previa era o crescimento da poluição sonora e suas consequências.

Os polos industriais ganhando forma, toda a sua volta também cresceu. Alguns sistematicamente, outros de forma desordenada. E com isso, aos poucos, o ruído foi crescendo a cada dia, se tornando uma ameaça invisível e extremamente nociva à saúde das pessoas. O ser humano por si só é uma fonte geradora de ruído. Todo tipo de movimentação humana gera ruído, em maior ou menor escala. O ruído vem do falar, do andar, do comer, do dormir e todas as demais atividades. Com isso, quanto mais pessoas próximas umas das outras, mais ruído. Essa proximidade dos meios de interesse , trabalho, escolas, hospitais, etc, levou ao crescimento ordenado ou desordenado das cidades, estados e países. Falando de Brasil, a cidade mais populosa é São Paulo, com uma densidade populacional de aproximadamente 7,15 mil hab/ km². Em contrapartida no Brasil, país onde a cidade está localizada, estima-se apenas 30 hab/ km². Uma cidade assim, possui um nível de ruído urbano perturbador. Por isso é tão comum ouvir que “São Paulo não dorme”, “Paulista é estressado”, “Tem o pior trânsito do país”, etc.

Esses altos níveis de ruído urbano têm crescido, nas últimas décadas, em uma das formas de poluição que mais tem preocupado urbanistas e arquitetos atuais.

Em fases de desenvolvimento, esse ruído talvez tenha sido ignorado, ou mesmo, por ser invisível, não teve a atenção necessária, por parte dos projetistas.

Um tipo de moradia comum nos dias de hoje são as residências verticais, que possibilitam uma certa “qualidade por um custo menor”. Esse tipo de moradia é a maioria nas capitais. Opção de muitos por vários fatores: custo, segurança, ventilação, solidão, etc. Como isolamento acústico não é uma coisa que se vê, e o que não é visto normalmente também não se vende, muitas pessoas compram ou alugam seus apartamentos e sentem os problemas de ruído depois de instalados. Os problemas são vários… As reclamações mais comuns são “vizinho cantor”, “choro de recém-nascido vizinho”, “objeto do vizinho que cai no chão”, “ruído das instalações hidro sanitárias dos apartamentos vizinhos” e o campeão que é “o barulho do salto da vizinha do andar de cima”… Ahhh… Este… Quem não tem uma vizinha que chega de madrugada com seu salto alto e incomoda o sono leve do morador do andar de baixo? Já ouvi pessoas dizendo “eu poderia pedi-la para andar descalço dentro de casa, mas por educação não farei”. São acontecimentos triviais que elevam o stress do cidadão e consequentemente ao desenvolvimento de outro tipo de doença.

Em 1989, aconteceu na Suécia, um congresso mundial sobre poluição sonora, onde a abordagem do assunto passou a ser considerado como questão de saúde pública. Entretanto, os altos níveis de ruído ambiental já causavam preocupação desde 1981, quando no Congresso Mundial de Acústica, na Austrália, as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro passaram a ser consideradas as de maiores níveis de ruído do mundo.

Nas cidades médias brasileiras, onde a qualidade de vida ainda é preservada, o ruído já tem apresentado níveis preocupantes, fazendo com que várias delas possuam leis que disciplinem a emissão de sons urbanos (FERNANDES, 2009).

O silêncio precisa ser encarado como um direito do cidadão e não apenas como um fator determinante no conforto ambiental. O bem-estar da população não deve ser visto apenas com projetos de isolamento acústico tecnicamente perfeitos, mas, além disso, demanda uma visão crítica de todo o ambiente que vai receber a nova edificação, principalmente o urbano.

As soluções acústicas têm um grau de complexidade elevado, pois envolvem os diversos parâmetros do som (frequência, comprimento de onda, intensidade sonora, etc.). O espaço físico de propagação (dimensões, volume, características dos materiais que o compõem), as atividades desenvolvidas e as pessoas que utilizam o ambiente. Toda edificação tem como função, o atendimento às necessidades humanas, ultrapassando o caráter de abrigo e segurança e constituindo-se como uma extensão do “3 cotidianos”. Dessa forma, é imprescindível garantir condições mínimas de conforto ambiental aos usuários, seja térmico, acústico ou lumínico.

E você sabe o que é conforto acústico? Definido como sendo o limite em decibel que precisa ser respeitado para a preservação da saúde auditiva, tornando o ambiente acusticamente adequado e agradável ao indivíduo. Reflete também a uma sensação de bem-estar, de tranquilidade emocional que se caracteriza pela ausência de sons indesejados ou pela realização de atividades acústicas que não incomodem a si nem aos outros. Essa tranquilidade é extremamente necessária em ambientes destinados ao repouso ou ao trabalho intelectual. Sensação de bem-estar pode ser considerada uma atitude, ou seja, uma forma de agir perante alguma coisa e, neste caso particular, a sons indesejáveis.

Hoje em dia, temos problemas acústicos em todos os setores da vida, praticamente.

No campo industrial, temos o ‘ruído industrial’ que demanda cuidados especiais, uma vez que este gera grandes perdas econômicas ao poluidor. Este tipo de ruído encaixa-se no campo de insalubridade e o seu controle não é só uma questão de conforto acústico, mas de questões econômicas e responsabilidade social. Esse ruído impacta na saúde dos colaboradores como também na vizinhança. Quando os níveis máximos de ruído ocasionados por determinada indústria não atendem as normas vigentes, a empresa em questão está fadada a grandes perdas, que vão desde uma provável baixa na produtividade, até possíveis custos com indenizações de seus colaboradores.

No campo residencial, temos o ‘ruído aéreo’ e ‘ruído de tráfego’, porém o gargalo seria mesmo o ruído estrutural nas edificações. O som viaja no espectro e sobe, atingindo os apartamentos mais altos. Existe uma quantidade de pessoas que procuram amenizar seus problemas de várias maneiras possíveis. Seja instalando janelas acústicas ou procurando outros meios de reduzir o ruído estrutural da construção, por estarem insatisfeitas com suas residências. Muitas vezes, as construtoras capricham nos materiais de acabamento, de forma a encher os olhos dos compradores, mas a qualidade dos materiais construtivos, no âmbito acústico, é na maioria das vezes, ignorada. A norma NBR 15575, veio para tentar regulamentar esses problemas. Veja exemplo de ruídos que incomodam muito nas edificações, na Figura 01.

Figura 01 – Desempenho e acústica de edificações
Fonte: Pró-Acústica – Manual sobre a Norma de Desempenho

No setor escolar, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 001, conforme a resolução que cita a norma regulamentadora NBR 10152:2017, estabelece como nível máximo aceitável para o conforto acústico nas salas de aula valores entre 40 e 50 dB(A). Estudos comprovam que o nível máximo de pressão sonora permitido para dentro de salas de aula (35 dB), recomendado pela American National Standards Institute (ANSI), tem sido ultrapassado corriqueiramente nos ambientes escolares. Ao considerar o nível normal de fala em 65 dB(A) para sala de aula, o ideal na relação sinal de fala/ruído (S/R) seria uma sala silenciosa (40 dB(A)) para manter uma diferença maior que 10 dB em indivíduos com audição normal e, no mínimo, 15 a 25 dB para alunos portadores de deficiência auditiva. Quando o ruído aumenta, esta diferença diminui e a inteligibilidade das palavras fica prejudicada, fazendo com que seja necessário que o professor aumente a intensidade da voz para compensar essa desvantagem. Outro estudo refere uma relação S/R ideal de 30 dB, mas encontrou em salas de aulas de determinadas escolas uma proporção abaixo de 12 dB. Níveis de pressão sonora elevados surgem de fontes externas, gerados por vários condutores, tais como tráfego de veículos, aviões, estabelecimentos próximos a escola, quadra de esportes, pátios, e por fim, de fontes internas, que correspondem a ruídos gerados dentro da sala como a conversa dos alunos, ruídos de mobiliário ou equipamentos elétricos. Vejamos um exemplo na Figura 02, abaixo:

Figura 02: Possíveis fontes de ruído nas escolas
FONTE: MANUAL PROACUSTICA, 2019

A falta de planejamento urbano e arquitetônico tem sido comumente utilizada como justificativa para que as atividades de ensino não ocorram em condições acústicas adequadas. Seja pelo crescimento desordenado de áreas urbanas no entorno das escolas ou por falta de desenvolvimento de edificações com critérios acústicos rígidos. A aplicação de construções específicas que melhorem a transmissão de som e o controle da reverberação é comumente sugerida. A literatura demonstra que níveis de pressão sonora elevados em sala de aula interferem no aprendizado, prejudicando a atenção e a concentração, além de impedir uma comunicação adequada entre professor e aluno. A necessidade da repetição da mensagem, irrita, confunde e cansa o falante e o ouvinte, interferindo na discriminação auditiva e na leitura. Tal dificuldade pode se agravar se houver indivíduos com alterações auditivas, ainda que de grau leve. Assim sendo, a inteligibilidade da fala conceituada pela relação entre palavras faladas e palavras entendidas passa a ser comprometida. O nível da fala, a reverberação da sala e o ruído de fundo são fatores que participam do processamento auditivo. O grau de maturação do sistema auditivo central, a experiência acústica, a posição do ouvinte, os sons refletidos, a idade de aquisição dos fonemas e eventuais dificuldades na leitura e escrita interferem na inteligibilidade de fala. Esse problema de ruído em salas de aula tem sido um tema cada vez mais preocupante no setor acústico, principalmente se tratando de crianças. Vejamos abaixo, na Figura 03, exemplo de sala com e sem isolamento acústico adequado:

Figura 03: Exemplo da diferença entre absorção e isolamento acústico

Fonte: Manual ProAcustica, 2019

O trânsito é outro meio extremamente poluído. Em 2011, o G1 publicou uma matéria sobre o ruído de trânsito, ressaltando a seguinte pesquisa:

“PARIS, 26 Jan 2011 (AFP) -A exposição ao ruído de trânsito aumenta o risco de derrame em pessoas com 65 anos ou mais, segundo estudo publicado na edição online da revista especializada European Heart Journal.”

Essa pesquisa relata uma experiência feita com mais 50 mil pessoas, que constatou que a cada implemento de 10 dB de barulho de trânsito, eleva o risco de derrame em cerca de 14%, para todos os grupos etários. Relata também que as pessoas abaixo de 65 anos, não estão no grupo crítico, porém, aqueles com idade igual ou superior a 65 anos, teve a probabilidade aumentada em cerca de 27% para cada implemento de 10 dB de ruído. Se o valor ultrapassa 60 dB, o risco de derrame passou para preocupante, segundo os cientistas.

“Estudos anteriores vincularam o ruído do tráfego a uma elevação da pressão sanguínea e de ataques cardíacos”, disse o chefe das pesquisas, Mette Sorensena, da Sociedade Dinamarquesa de Câncer.

Sabendo que uma rua movimentada pode com facilidade, gerar níveis de ruído na faixa de 70 a 80 dB. Um cortador de grama ou uma serra elétrica atingem de 90 a 100 dB, enquanto um avião a jato produz 120 dB de ruído na decolagem, é bem tranquilo analisar o quanto tem sido prejudicial para a saúde auditiva de qualquer indivíduo permanecer no trânsito por determinada quantidade de tempo. Uma exposição diária a estes ruídos pode impactar significativamente na saúde de qualquer cidadão. Daí tiramos a máxima de que ‘quanto maior a cidade, mais poluída (em todos os sentidos), e mais doente é a população que se vive ali’.

Outro tipo de ruído que vem sendo bem estudado ultimamente é o ruído aeronáutico. Esta é uma área que requer estudos específicos, pois os seus índices de ruídos são bastante elevados. Sabendo que uma única turbina de avião pode emitir 140 dB quando em atividade, os níveis de ruído produzidos quando em conjunto são muito maiores, com a soma de sons simultâneos, em função das aterrissagens e decolagens de várias aeronaves. Em função disso, deveria ser lei em qualquer país, que todo aeroporto fosse construído em locais afastados dos centros urbanos. Além de prezar pela segurança, seria de grande valia para o sossego de quem vive ao redor.

Enfim, os altos índices de poluição sonora tem deturpado a saúde da sociedade urbana atual. Vale repensar novas maneiras para preservar o conforto acústico de nossas futuras gerações.

Tags: ruído, poluição sonora, ruído urbano, ruído industrial, ruído escolar, ruído aeronáutico, ruído de trafego, ruído residencial.

Por: Mariluza Araujo; Eng. Civil. 

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Isolamento acústico

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Conhecido também como isolamento sonoro, o Isolamento acústico nada mais é do que o método empregado para impedir a propagação do som de um ambiente para outro. São formadas ou colocadas barreiras para impedir a saída dos sons do ambiente. Isso acontece porque o som se difunde no formato de ondas e por essa particularidade, pode se propagar pelo ar, pela água e demais superfícies sólidas. Essa passagem acaba gerando muito incômodo, já que, por mais que se feche as portas e janelas, ainda é possível escutar os ruídos. Com isso, surgiu-se a necessidade dos projetos arquitetônicos serem desenvolvidos considerando o isolamento acústico, que possui como principal objetivo impedir a passagem ou a saída de sons.

Marcelo Canova da Revista ‘Batera e Percussão’ diz que “A única coisa que isola realmente o som é a massa. Quanto mais pesado o material da parede, menos decibéls (dB) passarão para o outro lado.” Isso significa que se você quer realmente um ambiente isolado de som, a indicação é utilizar-se de materiais pesados.

Sabendo que os materiais que melhor isolam os ruídos são os mais densos e pesados, convém ressaltar que o isolamento acústico não torna um determinado ambiente totalmente à prova de som, ele apenas minimiza os níveis de ruído, o que já proporciona uma enorme diferença em um espaço. Isolar 100% um ambiente, é praticamente impossível, visto que o som tem uma característica de propagação muito ampla, por vários meios.

Estudos indicam que o aço isola sete vezes mais que o concreto. O chumbo, isola cerca de vinte vezes mais que o aço, devido as suas características de não vibrar com os sons graves. Fazendo uma análise simples, concluímos que o lugar melhor isolado acusticamente do mundo é um cofre de banco. Mas como será que o som ficaria lá dentro do cofre?

É aí que entra o que chamamos de tratamento acústico. Você pode construir um ambiente bem isolado acusticamente mas com um som horrível dentro dele. Não adianta você fazer um ambiente tipo “cofre”, ou seja, totalmente isolado se vai precisar utilizar som lá dentro. Neste caso, é necessário estudar os materiais adequados para serem utilizados de forma harmônica, unindo isolamento e tratamento acústico com uma boa estética. O conforto precisa estar presente em todas as formas possíveis.

O isolamento acústico pode ser feito tanto de dentro para fora, quanto de fora para dentro, dependendo muito da necessidade local. O estudo do local e a técnica a ser aplicada deve visar a proteção do usuário da interferência de ruídos, impedindo que sons externos (trânsito ou barulho de aviões, por exemplo) adentrem qualquer espaço. D e forma semelhante, evitar que os sons de uma casa de show incomodem as residências vizinhas.

Nas construções residenciais, seja casas ou edificações em geral, o isolamento é realizado nas paredes, janelas e entre pisos (no caso de edificações) para diminuir a passagem de som e aumentar o conforto dos moradores. Praticamente qualquer área da sua casa pode receber o isolamento acústico: do chão ao teto, nas paredes, portas e janelas. Veja na Figura 01, abaixo:
Figura 01 – Falta de isolamento acústico na edificação
Fonte: Caseabc.it, 2019

A NBR 15.575 — Edificações Habitacionais — Desempenho, aborda uma série de exigências que dizem respeito à qualidade e conforto que as construções devem ter. O isolamento acústico é um dos pontos abordado pela norma, ou seja, existem valores mínimos que devem ser respeitados e seguidos.

Materiais acústicos para fins de isolamento

Existem diversos materiais de isolamento que podem ser aplicados para ajudar a minimizar os níveis de som e também aumentar o conforto em sua residência.

O stress e a depressão são problemas sérios de saúde pública, que estão, comprovadamente, intimamente ligados ao barulho de congestionamentos nas cidades brasileiras. O uso de revestimentos que reduzem a transmissão de ruídos entre ambientes pode amenizar este incômodo. Segundo o engenheiro e diretor da Sonar Engenharia, Olavo Fonseca Filho, para cada tipo de situação e intensidade de ruído será indicado um material ou uma combinação de materiais específicos para o tipo de isolamento acústico requerido.

Tanto os ambientes residenciais como os comerciais ou de ordem pública, necessitam de uma avaliação profissional para fazer o projeto adequado ao isolamento esperado do ambiente em questão. Pode ser que se utilize apenas de um material, como também pode ser composto um mix de materiais para chegar a um resultado mais interessante. Alguns materiais acústicos bastante utilizados para fins de isolamento são:

Lã de Vidro: Confeccionada a partir de sílica e sódio a elevadas temperaturas, aglomerados por resinas sintéticas, é bem eficaz termoacusticamente e alta resistência ao fogo. É leve e de fácil manuseio. Possui característica incombustível (não propaga chamas), o que evita riscos de incêndio. Indicada mais para aplicação em forros, paredes de drywall e contrapisos. Normalmente comercializada em rolos ou painéis. Veja na Figura 02 abaixo:

Figura 02 – Lã de Vidro
Fonte: Doceobra, 2019

Lã de Rocha: Confeccionada a partir de rochas vulcânicas chamadas diábase, é resistente ao fogo. Possui elevado índice de absorção acústica e é considerada excelente isolante térmico. Indicada para forros, paredes de drywall, pisos flutuantes, coberturas e para revestir dutos de ar condicionado. É um material flexível e está disponível nos formatos manta, painel, feltro, flocos e tubo. Veja na Figura 03, abaixo:

Figura 03 – Lã de Rocha
Fonte: Tecnovapor, 2019

Lã de PET: Confeccionada a partir da reciclagem de garrafas plásticas, com forte apelo sustentável. Resistente ao fogo e tem bom desempenho termoacústico. Fabricado em diferentes densidades, formatos e dimensões, associa-se a estruturas metálicas e pisos de escritórios, indústrias, galpões, teatros, auditórios, residências, hospitais, escolas e universidades. Veja na Figura 04, abaixo:

Figura 04 – Lã de Pet
Fonte: Artesana, 2019

Espumas acústicas: Existem diversas espumas no mercado, dentre elas, algumas de poliuretano, que recebem aditivos para retardar o propagação do fogo e reduzir a produção de fumaça tóxica e outras espumas acústicas especiais, fabricadas a partir de melamina, são quase incombustíveis, ou têm baixíssimos índices de produção de fumaça tóxica. Veja na Figura 05, abaixo:

Figura 05 – Espuma acústica tipo Sonex:
Fonte: Technica, 2019

Borrachas sintéticas: As borrachas sintéticas são usadas nos pisos para absorver ruídos de impacto. Fabricadas a partir de pneus reciclados, também têm apelo sustentável. Veja na Figura 06, abaixo:

Figura 06: Borracha Sintética
Fonte: Isoline, 2019

Painel Wall: É composto por duas camadas de placas cimentícias, sem adição de amianto, com miolo em madeira. Possui bom desempenho acústico, é normalmente aplicado nos pisos de mezaninos de lojas e combinado com borrachas sintéticas, nos flutuantes. Também usado para isolamentos acústicos de máquinas. Veja na Figura 07, abaixo:

Figura 07 – Painel Wall
Fonte: AECWeb, 2019

Jateamento de fibra de celulose: Composto de fibras naturais de celulose mineralizadas à base de água e cola. É um produto que respeita o meio ambiente (atóxico) e é quimicamente tratado com retardante à chamas (CLASSE A). Trata e isola ruídos, além de reter a passagem de calor em até 80%, fazendo assim, o controle de condensação em grandes áreas, como galpões. Veja na Figura 08, abaixo:

Figura 08 – Jateamento de celulose
Fonte: Technica Acústica Profissional, 2013

O isolamento acústico em obras não é só importante, como também é lei. Fazer o isolamento durante a construção diminui o stress e o retrabalho pós-obra, sem contar que é muito importante garantir conforto aos usuários dos ambientes projetados em questão e também da vizinhança.
Principais vantagens do isolamento acústico

Reduz a poluição sonora: O excesso de ruídos indesejáveis, a tão famosa ‘Poluição Sonora’, incomoda tanto os usuários do interior do ambiente quanto os vizinhos. Em se tratando de residências, escritórios, consultórios, clínicas, hospitais e outros ambientes similares, o barulho pode atrapalhar as pessoas nas suas tarefas diárias, tirando o foco e a concentração. Em se tratando de ambientes comerciais, como casas de shows, igrejas, salões de festas, restaurantes, dentre outros, pode deixar o ambiente carregado e extremamente desconfortável acusticamente, o que pode causar efeito inverso ao desejado. Ao invés de atrair pessoas, pode distanciá-las do local.

Diminui atritos entre vizinhos: A percepção do ruído é um característica muito peculiar, variando de pessoa a pessoa, por isso é difícil mensurar a quantidade de barulho que atrapalha. Geralmente o som que incomoda ocorre nos momentos de descanso. Assim, investir no isolamento de seu ambiente previne possíveis incômodos com o som alheio e diminui os riscos de desavenças entre vizinhos.

Aumenta a privacidade: A privacidade é fundamental em determinados locais, tais como consultórios, residências, clinicas, etc. As habitações multifamiliares — os apartamentos, são os recordistas de reclamações pela falta de isolamento acústico. Os devidos cuidados com a construção são fundamentais para evitar tais incômodos e até possíveis ações judiciais, já que a NBR 15575 estipula valores mínimos para estes modelos construtivos.

Isolamento acústico x Absorção sonora

Isolamento acústico e Absorção sonora são dois conceitos distintos que se referem às propriedades dos materiais de absorver ou de isolar o som.
Apesar de muitas pessoas confundir isolamento acústico com absorção sonora, os termos em si se referem a situações desiguais. O isolamento e a absorção são formas diferentes de evitar que o som se propague para outros ambientes ou dentro do próprio local. Na verdade, o isolamento e a absorção sonora são etapas distintas e complementares do processo que chamamos de “tratamento acústico”. O tratamento acústico é um processo que envolve diversas etapas, das quais a melhor opção é contratar um especialista para diagnosticar e propor a melhor solução para adequação a fim de alcançar seus objetivos.

Esses conceitos são muito bem explicados pelo arquiteto doutor em acústica Lineu Passeri Júnior, diretor técnico da Passeri Acústica e Arquitetura: “Quando ondas sonoras incidem sobre determinada superfície e não são refletidas para o recinto em que foram produzidas, temos a absorção sonora. Ou seja, a energia, no todo ou em parte, foi absorvida pelo material. Porém, quando as ondas sonoras refletem de volta ao ambiente é porque, no todo ou em parte, a energia foi isolada pelo material da superfície em questão”.
Essa reflexão do som, também chamada de reverberação, pode ser controlada com o uso de materiais que possuem a capacidade de absorção sonora, o que resulta na redução do nível de ruído interno, maior clareza, audibilidade (poder escutar bem) e inteligibilidade (entender o que está sendo dito).
A absorção sonora deve ser feita quando o usuário precisa de melhores condições de comunicação ou redução de ruído. Para ambientes mais técnicos como estúdios ou teatros que requerem maior qualidade de som com garantia de melhor equilíbrio acústico, ou seja, quando nenhuma frequência pode se destacar mais que outra, a absorção sonora deve ser realizada por profissionais qualificados, tais como especialistas, devido à complexidade do projeto.

Enquanto os materiais considerados bons absorvedores sonoros são os leves (pouca massa), moles e porosos, os isolantes acústicos são os pesados (muita massa), duros e lisos, como concreto, aço, vidro e chumbo, dentre outros. Cada recinto, conforme sua utilização, requer critérios bem definidos em relação aos níveis de ruído e ao tempo de reverberação, para permitir o conforto acústico e/ou eliminar as condições nocivas à saúde.

O isolamento quer deixar o ambiente livre de ruídos externos ou evitar que o som interior saia para áreas vizinhas. Já a absorção sonora tem por objetivo evitar a reverberação excessiva do som dentro do ambiente, tornando-o mais agradável. Veja exemplos na Figura 09 abaixo:
Figura 09 – Isolamento x Absorção sonora em uma edificação
Fonte: Incrível Club/Reprodução, 2019

Como saber quando utilizar cada um dos métodos?

Vamos imaginar que você tenha uma reunião de negócios e próximo ao seu escritório existe uma obra. Se seu escritório for isolado de forma adequada, os ruídos de fora não se propagarão para o interior do escritório e consequentemente não causarão incomodo.

Agora, imagine a mesma reunião, porém em um setor que existe dentro de um escritório panorâmico. As conversas do escritório acabam fluindo para o setor onde você está trazendo desconforto acústico.

Para esta situação, o tratamento adequado seria com materiais de absorção sonora, pois é o próprio ruído interno que está gerando incômodo.
Situações simples de imaginar, mas dá para ter ideia da diferença entre os dois procedimentos. Muitos profissionais tem dúvidas sobre qual material seria mais adequado em determinadas situações. Quando se trata de ambientes como restaurantes, escritórios, salas de aula e igrejas, o ideal é utilizar o método da absorção sonora, onde se deseja a melhor propagação e inteligibilidade do som.

Vale ressaltar que tanto o isolamento acústico quanto a absorção sonora, devem ser projetados e executados por profissionais especializados, pois um bom projeto, a qualidade dos produtos e a mão de obra especializada fazem toda diferença para alcançar a excelência do resultado.

O engenheiro acústico ou especialista na área, saberá alinhar cuidadosamente os métodos de absorção e isolamento de acordo com a real necessidade do ambiente, associando materiais de qualidade, mão de obra qualificada, além de projetar dentro das normas que regem o setor.

CONCLUSÃO

A definição dos sistemas de isolamento acústico e de absorção sonora é feita no projeto acústico ou de arquitetura considerando as características e a real necessidade de cada ambiente. Em casos de isolamento acústico, é preciso se atentar ao ruído máximo admissível no interior do ambiente, para o conforto dos usuários; e o ruído máximo admissível no exterior, para o conforto da vizinhança.

“A norma técnica ABNT NBR 10.151, intitulada Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas Visando o Conforto da Comunidade, fixa as condições exigíveis para a avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades – independentemente da existência de reclamações – e especifica um método para a sua medição”, diz Passeri.

A simples aplicação de materiais acústicos fornecidos ou utilizados sem critérios rígidos de projeto não garante a solução do problema. Portanto consulte sempre um engenheiro acústico.

Por: Mariluza Araujo; Eng. Civil. 

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As fontes sonoras

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Fonte sonora é qualquer corpo capaz de fazer oscilar o ar com ondas de frequência e amplitude detectáveis pelos nossos ouvidos. É o elemento responsável pela emissão do som. A fonte sonora gera uma energia sonora que diminui ao longo da distância entre a fonte e o receptor, propagando-se até atingir um obstáculo. Quando atinge um obstáculo, uma parte dessa energia sonora é refletida, outra parte é absorvida dissipando-se sob a forma de calor e a outra parte é transmitida através do obstáculo.

O ruído produzido por qualquer fonte sonora pode ser caracterizado através do parâmetro Potencia Sonora (em dB) ou de Nível de Potência Sonora (em dB). A pressão sonora num determinado ponto depende das características das fontes e também das características da envolvente, chamadas de Absorção, Reflexão e Transmissão para outros locais. Veja na Figura 01 abaixo:

Figura 01 – Propagação Sonora
Fonte: Google, 2019

Propagação das Fontes Sonoras

A forma de propagação do som se dá através de um movimento ondulatório, no qual as cristas das ondas são substituídas por compressões e depressões invisíveis. Para que ocorra a propagação sonora, é necessário que exista sempre um meio material, o qual pode ser sólido, líquido ou gasoso, para que se propaguem as vibrações provocadas pela fonte sonora até o receptor sonoro. Se não existir um meio que propague estas vibrações, então não há propagação de som.

Existem diversos fenômenos que envolvem a interação das ondas sonoras com o meio que as rodeia. Entre a fonte e o receptor existem vários itens que ocasionam o efeito de atenuação da propagação do som. Os principais mecanismos de atenuação ao ar livre, ao longo do caminho de transmissão são:

  • Atenuação ao se propagar ao ar livre;
  • Distância percorrida (distância fonte – receptor);
  • Direcionalidade da fonte;
  • Existência de barreiras acústicas ou obstáculos (naturais ou artificiais, por exemplo: muros, edifícios);
  • Tipo e topografia do solo, terreno;
  • Vegetação;
  • Absorção sonora do ar atmosférico;
  • Condições meteorológicas, tais como: variação de temperatura, variação de umidade relativa do ar, direção e velocidade do vento, neblina e precipitação.

Tipos de Fontes Sonoras

As fontes sonoras se classificam como as mais variadas possíveis, porém de uma forma geral, podem distinguir-se em três tipos de modelos principais, tais como fontes pontuais, lineares e planas, associadas respectivamente a ondas sonoras esféricas, cilíndricas e planas.

Segundo Gerges (2000), a atenuação do nível de pressão sonora com a distância depende da distribuição das fontes de ruído, ou seja, depende do tipo da fonte sonora.

O conhecimento do comportamento de fontes sonoras mais complexas parte do estudo as referidas fontes sonoras citadas acima.

Fontes Pontuais

Designam-se por fontes pontuais aquelas que, pela dimensão e distância ao receptor, emitem níveis sonoros idênticos em todas as direções. Normalmente, caracteriza-se uma fonte pontual quando suas dimensões forem pequenas quando comparadas com a distância a que se encontra do receptor.

A forma de propagação sonora de uma fonte pontual se dá na forma de ondas esféricas, sendo que, quando existem obstáculos na trajetória de propagação da onda ou em campo aberto, a falta de uniformidade do meio, junto com os ventos e gradientes de temperaturas, podem alterar a trajetória de propagação. Ou seja, a transferência de energia da fonte para as moléculas de ar adjacentes, processa-se segundo uma propagação radial, por ondas esféricas, conforme a vê-se na Figura 02 abaixo:

Figura 02 – Fonte Pontual ou esférica:
Fonte: Google, 2019

Uma característica dessa fonte é a diminuição de pressão proporcional ao aumento da distância à fonte, ou seja, quando a distância dobra, a energia sonora diminui para ¼ (devido ao aumento da área da frente de onda dada por 4πr²), o que corresponde a uma diminuição no nível sonoro de 6dB. Em outras palavras, para uma fonte sonora pontual, a atenuação sonora é da ordem de 6 dB(A) por duplicação da distância à fonte.

Exemplo de fontes pontuais: aeronaves, uma fábrica, um automóvel isolado, um alto-falante no alto de um mastro.

Em termos de ruído de tráfego rodoviário, admitimos que um veículo que se comporta como uma fonte pontual, emite ondas sonoras em todas as direções com a mesma amplitude.

Fontes Lineares

Uma fonte sonora linear é basicamente um segmento de reta de grande dimensão constituído por um número de fontes pontuais muito próximas entre si, emitindo uma potência sonora constante em todas as direções, originando assim, a uma distância suficiente da fonte uma onda sonora cilíndrica. Ou seja, considera-se como fontes lineares aquelas onde a emissão de ruído adquire a forma de uma linha, propagando-se o som em superfícies semicilíndricas que a envolvem e que apresentaram igual nível de ruído. As fontes lineares emitem som de uma forma contínua ao longo de uma linha. Veja na Figura 03 abaixo:

Figura 03 – Fonte Linear ou cilíndrica:
Fonte: Google, 2019

Numa fonte linear ou cilíndrica, a propagação realiza-se num plano perpendicular à fonte segundo circunferências que crescem de perímetro de forma proporcional ao raio, originando uma diminuição no nível sonoro de 3dB, sempre que dobra a distância da fonte sonora. Em outras palavras, para uma fonte sonora linear, a atenuação sonora é da ordem de 3 dB(A) por duplicação da distância à fonte.

Uma fonte sonora linear irradia energia sonora de forma cilíndrica (propagação num plano perpendicular à fonte segundo circunferências que aumentam de raio com o tempo, afastando-se do eixo desta). O som se propaga em superfícies semi-cilíndricas que envolvem a fonte e que se caracterizam por um igual nível de pressão sonora (ondas sonoras cilíndricas).

De acordo com Souza, Almeida e Bragança (2006), a fonte sonora do ruído de tráfego é considerada como fonte linear, pois, embora o ruído seja o resultado de diversos veículos atuando de forma individual, a fonte se comporta como linear em razão do deslocamento desses veículos. Conforme os veículos se deslocam e se afastam do receptor, o ruído tende a sofrer atenuação.

Exemplo de fontes lineares: uma estrada com trânsito intenso, uma linha férrea, ou mesmo um fluído em regime turbulento passando no interior de um tubo.

Uma estrada pode ser considerada uma fonte sonora linear se nela circular um grande número de veículos em fila contínua.

Fontes Planas

A menos usual de todas as fontes é a fonte sonora plana. Neste tipo de fonte sonora, o efeito de atenuação por divergência geométrica não existe. Ou seja, não há dissipação de energia sonora com o aumento da distância da fonte. A onda não muda de geometria ao avançar: As superfícies de onda constituem planos paralelos sempre com a mesma área e o nível de pressão independente da distância, como se vê na Figura 04 abaixo:
Figura 04 – Fonte Plana:
Fonte: Google, 2019

Ondas esféricas e cilíndricas comportam-se como ondas planas, quando o receptor se situa a grandes distancias da fonte.

Um exemplo de uma fonte sonora plana é um pistão que trabalha no interior de um tubo, originando a propagação de ondas planas. Desde que não haja dissipação de energia sonora através das paredes do tubo, o fluxo de energia sonora ao longo do tubo é constante, e portanto a pressão sonora não depende da distância à fonte, apresentando o mesmo valor em qualquer ponto.

Uma onda plana tem propriedades acústicas (pressão, velocidade, potência, etc), iguais, em amplitude e fase, em planos perpendiculares à sua direção de propagação. Podem ocorrer em tubos ou condutos em que as dimensões transversais são pequenas quando comparadas com o comprimento de onda do som.

Efeito Doppler

Quando uma fonte sonora ou o seu receptor se encontram em movimento, ocorre uma alteração na frequência percebida do som que é denominada Efeito Doppler. Ele pode ocorrer quando a fonte está parada e o receptor se aproxima dela, ou quando o receptor está em repouso e a fonte se aproxima.

Quando a fonte está parada e o receptor se aproxima dela, o receptor perceberá um som mais agudo, com frequência maior do que quando ele está parado; já ao se afastar da fonte sonora, perceberá um som mais grave, de menor frequência. Quando o receptor está em repouso e a fonte se aproxima, ocorre uma diminuição do comprimento de onda da fonte, aumentando a frequência.

Se a fonte se afasta do receptor, o comprimento de onda aumenta, a frequência diminui e o ouvinte percebe o som mais grave (ACIOLI, 1994), conforme pode ver-se na Figura 05 abaixo:

Figura 05 – Efeito doppler para o receptor em repouso:
Fonte: Google, 2019

Conceito de Direcionalidade

Conceitualmente, as ondas esféricas são geradas quando o comprimento de onda é maior que a dimensão da fonte e as ondas direcionais acontecem quando o comprimento de onda tem a mesma dimensão da fonte ou é menor. Para altas frequências com pequenos comprimentos de onda, a fonte apresenta direções preferenciais de radiação sonora. As fontes omnidirecionais, como por exemplo, as esferas pulsantes, não apresentam direções preferenciais. Elas emitem a mesma energia sonora em todas as direções.

Quando as fontes sonoras apresentam formas não esféricas ou quando a amplitude e fase das vibrações da superfície não são uniformes, elas perdem a omnidirecionalidade, tendo como resultado o som mais irradiado em determinadas direções. Essas fontes são chamadas de fontes direcionais, pois geram pressão sonora diferentes para as diferentes direções. Para fontes omnidirecionais o nível de pressão sonora é sempre o mesmo em qualquer direção para uma mesma distância “r”, já para as fontes direcionais o nível de pressão sonora depende da direção do receptor em relação à fonte.

Para se obter uma caracterização acústica completa de uma fonte direcional é necessário saber, além da potência, o índice de diretividade da fonte em todas as direções. Esse índice é comumente apresentado através de diagramas polares nas bandas de 125Hz a 16kHz, e pode ser obtido por ensaios em campo livre através de medidas de níveis de pressão sonora (BISTAFA, 2006).

A diretividade das fontes pode ser observada na figura 06, que compara uma fonte pontual com as fontes colocadas em diversas situações de planos:
Figura 06 – Diretividade Sonora

Índices de direcionalidade são normalmente apresentados em diagramas polares. Diagramas polares de índices de direcionalidade de um alto falante no plano horizontal em função de θ, nas bandas de 125 Hz a 16 kHz: Observe na Figura 07 abaixo, como o alto falante é mais direcional nas altas frequências (característica comum a muitas fontes sonoras):

Figura 07 – Diagrama Polar do alto falante
Fonte: Google, 2019

CONCLUSÃO

Conhecer os tipos de fontes sonoras, seus níveis de pressão sonora e o índice de diretividade são fundamentais para um bom projeto acústico. Níveis sonoros são funções logarítmicas e, portanto, não podem ser somados algebricamente. Projetar não é tarefa simples. Esta é apenas uma pequena noção dos diversos fatores a serem calculados para um bom projeto acústico. É necessário conhecer a fundo as diversas fontes sonoras, saber identificá-las e calcular corretamente seus índices e valores para planejar corretamente. Seja qual for sua necessidade acústica, o melhor a se fazer é consultar um especialista. Em geral, os engenheiros acústicos são os mais indicados para tais trabalhos.

Tags: Fontes de ruído, Fontes Sonoras, Fonte Pontual, Fonte Linear, Fonte Plana, Projeto Acústico

Por: Mariluza Araujo; Eng. Civil. 

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Como reduzir o ruído de impacto – o famoso Toc Toc – entre lajes

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As construções verticais trouxeram modernidade e praticidade às moradias atuais, e também seus inconvenientes. Quanto mais desenvolvida a cidade, maior é a quantidade das edificações de múltiplos pavimentos. Com isso, caso não tenha tido a devida atenção em seu processo construtivo, mais ruidosa é essa edificação. Esses ruídos, normalmente são originados de distintas fontes e podem ser classificados como ruído aéreo ou ruído estrutural. O ruído aéreo normalmente é definido pela conversa humana, sons de instrumentos musicais, equipamentos sonoros, ventiladores, motores, maquinários, aviões e automóveis, dentre outros. Ex. Figura 01: 

Figura 01 – Transmissão de Ruído Aéreo Fonte: ProAcustica_ManualContrapisosFlutuantes, 2015

O ruído de Impacto é geralmente produzido por vibrações nos elementos da edificação, como pisos, paredes, coberturas, etc. Deste modo, o ruído de impacto pode ser produzido por um simples caminhar de uma pessoa sobre o piso ou um prego sendo afixado na parede. Ex. Figura 02, abaixo:

Figura 02 – Transmissão de Ruído de Impacto Fonte: ProAcustica_ManualContrapisosFlutuantes, 2015

Os sistemas de pisos, que separam unidades habitacionais autônomas em diferentes andares, devem garantir um desempenho adequado de isolamento acústico aéreo (conversações, TV, música, etc.) e de isolamento acústico ao ruído de impacto (passos, queda de objetos, arrastar de móveis, etc.). Esses sistemas de pisos estão compostos pelos elementos de camada estrutural (laje) e elementos opcionais (contrapiso). As construções mais antigas possuíam um nível de isolamento acústico melhor por possuírem lajes e paredes mais espessas. O bom dimensionamento da laje é uma das principais formas de minimizar a transmissão de ruídos entre um pavimento e outro. De modo geral, quanto mais espesso é esse elemento estrutural, melhor o isolamento acústico obtido. Porém, existe um ponto a partir do qual o aumento da espessura da laje não vai interferir muito no bloqueio da transmissão dos sons de impacto. A definição desse valor varia a cada caso, dependendo da estrutura, das dimensões superficiais e das características de cada empreendimento.

A norma

Com a entrada em vigor da Norma de Desempenho, ABNT NBR 15.575:2013, houve uma grande movimentação com relação aos critérios de desempenho acústico em edificações residenciais, em especial o critério para avaliação do isolamento ao ruído de impacto em pisos.

Para assegurar a eficiência acústica desejada, é importante seguir o nível mínimo estabelecido pela Norma Técnica NBR 15.575:2013 (Mínimo, Intermediário ou Superior).

“Ainda estamos fora dos padrões internacionais, nosso nível superior equivale ao mínimo europeu, mas se a norma já tivesse começado muito rígida não seria seguida”, defende Yoshimoto. Mas a constituição da norma foi extremamente importante, por constituir parâmetros para a acústica de construções residenciais no Brasil, o que ainda não existia.

Para o cliente final, além de trazer informações importantes para sua decisão de compra, a norma trouxe informações objetivas para a aferição legal (em casos de processos judiciais por problemas acústicos).

Antes da norma entrar em vigor, teoricamente os clientes não tinham um como reclamar das construções. “As normas são o grande documento de defesa do usuário. Nesses casos, os parâmetros, que não existiam, podem servir de base para as reclamações”, explica Davi Akkerman, consultor da Harmonia Acústica. “Elas têm força de lei e o consumidor deve ficar atento para utilizá-las”, ressalta ainda Yoshimoto.

Outro ponto positivo foi a preocupação das construtoras com conforto acústico em edificações de porte médio a baixo, antes restrito apenas aos prédios de alto padrão. “As construções podem até ter algum aumento nos custos, mas esse valor deve ser inferior a 5% do valor total da obra”, diz Akkerman. Além disso, a adaptação às normas não deve ser um desafio às empresas. “O como fazer já existe, isso não deve trazer grandes dificuldades”, ressalta Carvalho.

Pisos flutuantes

Lajes muito espessas, costumam ser onerosas se tornando inviáveis economicamente e até estruturalmente. Por isso podemos lançar mão de outros artifícios que gerem o isolamento acústico desejado. Basicamente, o método implica em colocar uma base elástica sob um contrapiso para amortecer os impactos. Essa técnica pode ser empregada em qualquer piso, desde que o contrapiso tenha rigidez satisfatória para não quebrar. A base elástica é composta de materiais resilientes, tais como lã de vidro, lã de rocha, EPS, dentre outros. “O material mais utilizado é o polietileno expandido, que tem a vantagem de ser barato – custa cerca de R$ 3,00m² a R$ 5,00m²”, diz o professor João Gualberto de Azevedo Baring, da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da Universidade de São Paulo.

Aplicações

Embora pareça simples, mas a aplicação do piso flutuante demanda atenção: o contrapiso não deve ter contato com a laje e nem com as paredes, porque se isso ocorrer, a vibração será transmitida de maneira estrutural até outros andares, perdendo boa parte do resultado esperado.

Não podem existir frestas na camada do material resiliente aplicado: um mínimo contato entre o contrapiso e a laje, poderia anular o efeito da base elástica. Os locais de emendas também requer atenção.

A manta de piso flutuante é desdobrada sobre a superfície da laje e dobrada nas bordas, fazendo com que o material prossiga sobre a parte de baixo das paredes. Isso evita qualquer ponto de contato entre essas paredes e o contrapiso. Um contrapiso com tela é colocado sobre essa manta, a fim de evitar trincas. Posteriormente a sua aplicação, as bordas da base elástica devem ser cortadas com um estilete. Para uma manta macia de 10 mm de espessura, o contrapiso adotado deve ter, no mínimo, 4 cm.

É possível que, em certos casos, seja necessário executar um contrapiso mais reforçado: “quanto mais elástico um material, menos ele transmitirá o som. Porém, é preciso cuidado para que o piso colocado em cima não deforme a base elástica”, explica Régio Carvalho.

Outro cuidado a ser tomado seria com o rodapé, já que ele não pode encostar no contrapiso, senão transmitirá as vibrações para as paredes e demais estruturas do prédio aos demais apartamentos. O rodapé precisa ter contato apenas com as paredes.

Apesar de seus pormenores, a instalação de pisos flutuantes é considerada fácil, porém, requer atenção e deve ser feita por profissionais especializados, pois o despreparo pode levar a alguns erros, que compromete o resultado esperado.

O piso flutuante e a laje

Por não terem contrapiso, as chamadas lajes nível zero podem ser bastante econômicas, mas também gerar grandes problemas de transmissão de ruídos. Para reduzir o incômodo, uma sugestão viável seria o aumento da espessura da laje, e o consequente aumento do volume de concreto utilizado.

Segundo Yoshimoto, do IPT, esse tipo de laje, por mais espessa que seja, o máximo que poderia seria atender aos requisitos mínimos de conforto acústico determinados pela nova norma técnica, mas dificilmente chegará ao nível intermediário ou superior de desempenho. Semelhantemente, Baring é enfático: “A laje zero é um desastre do ponto de vista acústico e gera problemas mesmo nas habitações mais populares. A melhor solução é evitar seu uso, já que seu sentido é só a economia”.

Segundo Davi Akkerman, “no sistema convencional de laje zero, sem contrapiso, a acústica fica condicionada à espessura e a dimensão do piso. Ou seja, para uma mesma espessura, quanto menor o pano de laje, menor o desempenho acústico. Pois as paredes também são transmissoras da vibração sonora: um pano de laje pequeno significa que o cômodo é igualmente pequeno e recebe a vibração da laje. Também vibram, em ressonância, as paredes e estruturas que envolvem a laje”.

Veja na Figura 03:

Figura 03 – Esquema de uma correta execução de um piso flutuante Fonte: Gerges, 1992

Akkerman adverte que deve ter uma manta resiliente intercalada entre o contrapiso flutuante e a laje. Com isso, forma-se o modelo de massa/mola/massa, onde a massa é o contrapiso e a laje, e a mola é a manta resiliente entre as duas massas.

Veja na Figura 04 abaixo:

Figura 04 – Interface Contrapiso Fonte: ProAcustica_ManualContrapisosFlutuantes, 2015

Vantagens do piso flutuante

  • São produzidos com alta tecnologia e são resistentes a impactos. Muitos modelos são resistentes à riscos, manchas, brasa de cigarros, entre outros.
  • Possui opções para tráfego leve, moderado e intenso.
  • Instalação fácil e rápida: os pisos flutuantes colados permitem que o ambiente seja usado em 24 horas, já os pisos clicados, ou seja, instalados através de um sistema de encaixe, permitem o uso imediato do ambiente.
  • Fácil manutenção: um pano levemente úmido e um pouco de detergente são o suficiente para manter o piso brilhando.
  • Funciona como isolante térmico e acústico deixando os ambientes muito mais aconchegantes.
  • Não requer acabamento, exige pouca mão de obra e não gera entulho.
  • A instalação pode ocorrer sobre a maioria dos pisos.
  • Ampla variedade de padrões oferecidos pelos fabricantes, que vão desde produtos comuns aos de desempenho superior.

Desvantagens do piso flutuante

  • Não pode ser instalado em áreas úmidas como banheiros.
  • Não pode ser instalado em pavimentos com irregularidades acima de 3mm, poeira, areia, sujeira e umidade.
  • Não suporta água: mas isso não significa que se cair um copo de água ou caminhar com os pés molhados vai estragar o piso. 
  • O revestimento não pode ser lavado, ser molhado constantemente ou ficar molhado por um longo período.
  • Não pode ser polido.
  • Não deve ficar diretamente exposto ao sol, por isso, é recomendado para áreas internas.

Custo do piso flutuante

Os valores desse piso instalado, variam muito de acordo com a forma que será colocado. Se incorporado na construção, ou aplicado posteriormente a uma edificação já pronta. O diretor técnico da empresa “Tecnisa” calcula que o tratamento acústico custe cerca de R$ 35,00/m². “O custo vai variar de acordo com o valor do empreendimento. Em um prédio cujo metro quadrado vale cerca de R$ 1 mil, isso representa algo em torno de 3%”, calcula.

Para se aplicar o piso em um apartamento pronto, esse piso tem valor variável desde R$ 60,00/m² até R$ 500,00m². Depende muito do material escolhido e do valor da mão de obra contratada para instalação. Os materiais de acabamento são vários, assim como o desempenho acústico esperado também. São valores que impactam diretamente no preço do m² final.

Importância do projeto acústico na edificação

Já vimos que ruídos de trânsito e de construções em regiões domiciliares, são algumas fontes de ruído que estão fora do nosso controle, porém são fontes de reclamações comuns nos setores urbanos. Portanto, a fachada dos edifícios residenciais deve ser projetada para proteger os moradores do ruído externo. Já a passagem de som entre pavimentos de conjuntos habitacionais pode ser evitada com o cumprimento das normas de conforto acústico por parte da construtora.

As reclamações frequentes relativas aos diversos tipos de ruído ao qual a edificação está propensa, tais como ruídos hidro sanitários, ruídos dos apartamentos vizinhos, etc, não devem existir.

É necessário projetar com atenção as especificações da NBR 15.575 – Norma de Desempenho para Edificações Habitacionais, que entrou em vigor em fevereiro de 2013.

As edificações posteriores a vigência da norma, provavelmente já atendem às especificações de isolamento acústico previstas na norma, mas, as anteriores a 2013, devem ser avaliadas por profissionais qualificados em acústica predial, para as adaptações necessárias.

As necessidades de uso do edifício definem o seu padrão de isolamento acústico. Também são levadas em consideração as condições do local onde será feita a construção, para que se tenha uma referência do tipo de poluição sonora que pode afetar o lugar.

As normas regulamentadoras do conforto acústico determinam níveis limite de poluição sonora entre 30 e 45 decibéis para salas de reunião, enfermarias, teatros e auditórios. Já em áreas de serviço, pavilhões fechados, arenas de jogos e outros ambientes cujo propósito envolve um maior nível de ruído, os limites de poluição sonora variam entre 45 e 60 decibéis.

Caso seja necessário o tratamento acústico, o profissional de acústica identificará as fontes de ruído e a sua intensidade, além de verificar quais são as fragilidades da construção que permitem que o ruído se propague. Só com essas informações será possível traçar uma boa estratégia para reduzir o impacto sonoro em cada situação. Diversos aspectos construtivos influenciam decisivamente no resultado final do desempenho acústico, pois dependem das propriedades dos sistemas construtivos, das uniões entre eles e volumetria dos recintos. As construções sem um devido projeto acústico, levam a vários erros que poderiam ser evitados, se houvesse contratado um profissional qualificado. Abaixo seguem alguns mitos e verdades comuns no meio entre construtores sem devido projeto acústico:

Mitos:

Contrapisos flutuantes são adequados para isolamento de equipamentos.

MITO: Os materiais resilientes de contrapiso flutuante são fabricados com fins bem específicos. A vibração de equipamentos é muito diferente da prevista no uso residencial, e o contrapiso flutuante, se mal dimensionado, pode até piorar o desempenho de um sistema.

A introdução de forro convencional de gesso no teto da unidade inferior (receptor) tem influência na redução do ruído de impacto.

MITO: A transmissão do ruído se dá pela laje e pelas paredes. A introdução do forro influencia, e pouco, somente a transmissão direta, sem afetar significativamente as demais transmissões.

Dobrar a espessura do material resiliente resulta o dobro do isolamento acústico.

MITO: O ganho de desempenho acústico não segue uma lógica linear, ele deve ser medido ou calculado.

Qualquer material resiliente pode ser utilizada para execução de contrapisos flutuantes.

MITO: Não é recomendada a aplicação de qualquer tipo de material resiliente sob o contrapiso. É necessário que haja alguma comprovação idônea de ensaio normalizado do material a ser aplicado.

Verdades

Os contrapisos flutuantes podem reduzir muito o incômodo para os vizinhos de andares abaixo da unidade

VERDADE: Os contrapisos flutuantes podem reduzir consideravelmente esse incômodo, porém, em alguns casos, ainda é possível perceber ruídos.

O contrapiso flutuante pode ser utilizado como contrapiso radiante (aquecido) com projeto adequado.

VERDADE: Com as devidas conexões e sistemas construtivos, o contrapiso flutuante pode se tornar radiante para aquecimento.

Pode ser aplicado qualquer tipo de revestimento típico sobre contrapiso flutuante, como pisos de madeira, pisos cerâmicos, carpetes, pisos laminados, etc.

VERDADE: Para a instalação de pisos especiais, e mais pesados, deve ser consultado o fabricante para uma avaliação específica. Seja antes de construir ou para correção do ambiente a fim de conforto acústico, em qualquer situação, é necessário buscar um profissional qualificado na área para projetar ou mesmo traçar as correções necessárias para obter o resultado desejado.

Veja na Figura 05, a colocação do material resiliente.

Figura 05 – Aplicação de piso flutuante – etapa do material resiliente. Fonte: https://www.concrefix.com/contrapiso-acustico, 2019

Agora que sabemos que o nível de desempenho que os sistemas construtivos devem alcançar está devidamente normalizado, acredita-se que os ruídos transmitidos em conjuntos habitacionais e locais de trabalho serão atenuados. Porém, isso só acontece caso o isolamento seja feito de maneira adequada. Para isso, a necessidade de um projeto se faz presente. Um profissional qualificado, totalmente inteirado sobre as respostas dos materiais acústicos e as exigências da norma de desempenho saberá projetar corretamente de forma a alcançar o máximo desempenho de conforto acústico possível, devendo associar a estética, de forma que o ambiente além de bonito, fique confortável acusticamente. Sem contar que apresentar o desempenho acústico normalizado de uma edificação é um diferencial de mercado que a construtora oferece a seus clientes.

Veja na Figura 06 um piso finalizado.

Figura 06 – Exemplo de piso flutuante finalizado Fonte: Durafloor, 2019

Conclusão

Enfim, agora que você sabe mais, consulte um profissional qualificado e saiba como trazer mais conforto para sua residência ou local de trabalho. Consulte um profissional da área. Procure um engenheiro especializado em acústica para seus projetos.

Tags: Ruido de impacto, Ruido entre lajes, Barulho apartamento, Ruido Predial, Conforto Acustico, Isolamento Acustico

Por: Mariluza Araujo; Eng. Civil. 

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6 dicas de acústica para minimizar barulhos incômodos no home office

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O doutor em engenharia ambiental e acústica Pablo Serrano lista soluções para adaptar o espaço de trabalho residencial e melhorar a qualidade sonora do ambiente

Trabalhar em casa se tornou uma realidade para muitos profissionais, empresas de diferentes segmentos adotaram o home office para continuar funcionando durante a pandemia de covid-19 sem colocar em risco a saúde dos colaboradores.

Para que o home office funcione, no entanto, algumas adaptações são necessárias, principalmente para quem não está acostumado a trabalhar em casa. Além da mudança de hábitos, alguns fatores do ambiente são essenciais para que o profissional consiga trabalhar normalmente. Ter uma cadeira confortável, uma mesa na altura correta e um ambiente iluminado são alguns deles. E o barulho que vem da rua ou dos vizinhos pode ser um grande problema para quem precisa manter o ritmo e a concentração trabalhando de casa.

Um local silencioso e livre de barulhos indesejados contribui para mais saúde, conforto e produtividade do trabalhador. Mas nem sempre isso é possível, principalmente quando

— O excesso de ruídos interfere na conversação e inteligibilidade da fala, e traz problemas de saúde relacionados à doenças cardiovasculares, efeitos psicossociais generalizados, redução do desempenho e da atenção, além de aumento do comportamento agressivo 1 explica Pablo Serrano, PhD em Engenharia e Meio Ambiente pela University of Southampton, no Reino Unido, e consultor acústico. 

Ele fala que ambientes de trabalho acusticamente adequados são essenciais para saúde e bem-estar dos funcionários, pois resultam em ganhos na capacidade de concentração e produtividade. 

— No home office essa necessidade de qualidade acústica permanece. O que muda são os recursos disponíveis para obtê-la em um ambiente que não foi previamente projetado para o trabalho.

As reuniões online, gravações, webinars e lives também aumentaram nesse período, e a acústica dos ambientes em que as transmissões ocorrem também pode prejudicar o áudio, gerando um resultado de qualidade ruim e levando a um desengajamento do público.

Para tentar contornar os problemas de barulho e falta acústica ideal no home office, Pablo Serrano sugere algumas melhorias simples e, se possível, investimentos em materiais de isolamento acústico que vão fazer a diferença na hora de estruturar o escritório em casa.

Escolha um cômodo longe da rua: o barulho emitido por veículos em ruas e rodovias é a principal fonte de ruído em grandes cidades. Por isso, a primeira dica é escolher como local de trabalho um cômodo que esteja o mais distante possível da rua. 

— Às vezes é difícil, mas se puder, tente remanejar um cômodo para servir de escritório nesse período — fala o engenheiro.

Aproveite mobílias e revestimentos que absorvam o som: móveis, livros, tapetes, cortinas e outros itens que as pessoas têm em casa ajudam na absorção do som e são grandes aliados na hora de gravar ou transmitir conteúdos em áudio ou vídeo. 

— Se sua sala tem pouca mobília e paredes de alvenaria pintadas, considere colocar painéis de absorção sonora em pontos estratégicos, como atrás do seu monitor, na parede atrás de você, logo aos lados, e no teto logo acima de você, na meia distância entre o monitor e a sua cabeça — sugere Serrano.

Sempre que possível, use equipamentos direcionais: a escolha do microfone adequado interfere na qualidade do áudio. Por isso, opte sempre por equipamentos direcionais, ou seja, aqueles que captam mais diretamente a voz e não os sons que estão ao redor. Headsets com microfones próximos à boca são boas alternativas. Microfones de lapela, gravadores direcionais e até mesmo o microfone do fone de ouvido do celular são alguns exemplos de equipamentos que permitem uma captação mais direcionada e limpa do som.

Escolha os melhores horários para gravação: independentemente de todas as dicas, é provável que cada casa esteja mais silenciosa em determinados horários do dia. Descobrir qual é o melhor horário para gravar ou fazer lives contribui para que o conteúdo tenha mais qualidade sonora.

Invista em janelas acústicas: portas e janelas servem não apenas para garantir privacidade ao seu local de trabalho, mas também atuam como barreiras para o som. Mas janelas comuns não são tão eficientes contra o tráfego de veículos, sons de obra ou vizinhos barulhentos.

Se seu trabalho em casa é algo permanente e seu ambiente apresenta problemas de ruídos muito graves, o ideal é ter janelas acústicas ou antirruído que são geralmente compostas por vidros duplos separados por uma câmara de ar ou uma camada de película de polivinil butiral, o PVB. Quanto mais densa a esquadria da janela (alumínio, ferro), mais ela irá isolar o som, visto que pelo vidro é sempre mais previsível saber o quanto de som passa.

A escolha do tipo de janela acústica varia de acordo com o ambiente, por isso, consultar especialistas em isolamento acústico é primordial antes de começar a construir. Se tudo já está construído, soluções de sobreposição são uma ótima alternativa que evita obras e é muito rápido de instalar.

Revestimentos acústicos: assim como no caso das janelas, um investimento que pode ser necessário é em revestimentos acústicos. Eles são feitos com materiais cujas propriedades acústicas atenuam o som dos ruídos externos ou ruídos de dentro do ambiente. 

— Hoje existe uma enorme quantidade de produtos, materiais e dispositivos acústicos disponíveis no mercado, muitos deles podendo ser customizados. Um especialista em acústica pode te ajudar a escolher a opção mais adequada para o seu escritório em casa — explica Serrano.

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A importância do projeto acústico compatibilizado ao projeto arquitetônico nas edificações residenciais

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A tendência de crescimento populacional nas cidades, principalmente nos grandes centros, gera a necessidade de construções de moradias verticais multifamiliares.

Na SEUMA-CE (Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente do Estado do Ceará), a quantidade de reclamações e solicitações de constatações vêm aumentando a cada ano no setor de fiscalização (Agefiz). Os conflitos entre vizinhos são constantes, chegando a extremos com ações civis públicas no MP (Ministério Público).

Segundo Carneiro, 2002, advogado especialista em conflitos desta natureza, existem três pontos principais a considerar neste tipo de litígio: o mau uso da propriedade, patologias de projetos e defeitos decorrentes da construção.

“Não é novidade o enorme descaso quanto à questão do isolamento acústico nas construções civis em nosso país. A negligencia atitude, porém, reclama severa repreensão, dado que privilegia o interesse econômico dos responsáveis tanto pelos projetos como pelas respectivas execuções das edificações, em detrimento do sossego, saúde e segurança de muitos que, por não saberem exatamente a gravidade dos males a que estão expostos, acabam por se resignar do problema. ” (CARNEIRO, 2002, p.26).

O nível de pressão sonora (NPS) de um evento em salão de festas e/ou espaço gourmet em edifício residencial, geralmente projetados com pé direito duplo, piso, parede, teto refletores e esquadrias comuns, com caixilharia simples para fechamento de invólucro; com portas de acesso de correr com baixo desempenho, pode chegar a nível de pressão sonora de 90dB(A), com equipamento eletroacústico – ou seja – , aparelhagem sonora com caixas e amplificadores.

Há casos de bandas contratadas para festas e similares, e neste caso valor pode chegar ao NPS de 100 dB(A). Nesta situação, os apartamentos próximos e os andares superiores do mesmo edifício, bem como vizinhos em lotes laterais e/ou confrontantes, serão atingidos por boa parte desta energia sonora.

Em Recife, o projeto arquitetônico só é aprovado na Prefeitura se nele estiver anexado o projeto acústico do salão de festas (Lei 16667); um fato diferenciador na qualidade de vida da população.

(Foto: AECweb/Reprodução)

Pela Lei Municipal 8097, em Fortaleza, o limite é de 60 dB(A) durante a noite e de 70dB(A) durante o dia. Logo, o uso de esquadrias acústicas e invólucro de fachada deverá atender ao desempenho mínimo, solicitado conforme ABNT NBR 15575/13 , NBR 10821 e NBR 10151/19 sem falar na observância à Lei do Silêncio de cada município.

Outro aspecto importante é a relação entre recintos em habitações distintas no mesmo edifício. Quando os apartamentos contêm paredes geminadas e um dos ambientes é o dormitório de unidades habitacionais distintas o desempenho mínimo solicitado é de 45 dB(A). Esse valor mínimo é relativo ao sistema e não apenas à vedação vertical geminada. Erro muito comum entre profissionais da Construção Civil).

Considerando que o Rw ( ensaio em laboratório) de uma alvenaria comum tem:

bloco cerâmico de terracota 6 furos de 140mm com acabamento em chapisco
emboço e reboco
fundo preparador
demão de massa PVA e
duas demãos de tinta látex
alvenaria final com densidade 165kg/m2;
Tem desempenho de 40dB(A), sem considerar: perfurações por passagens de conduítes elétricos, tomadas e tubulações hidrossanitárias; Ainda observamos situações onde projetos arquitetônicos contemplam especificação de vedações em bloco de gesso de 78mm, acoplado direto na laje de piso e coberta, com desempenho que não chega a 33dB(A). Isso acarreta transmissão de ruído aéreo e ruído pelo flancos entre recintos, eliminando a privacidade e causando mal-estar entre vizinhos.

A solução para vedações verticais internas demanda cuidado ao usar contra parede pesada devido ao esforço cortante, bem como cuidados com tubulações de cobre e drenos de ar condicionado.

Em um mesmo apartamento, quando um vizinho de cima arrasta um móvel, se desloca com salto ou com uma pisada mais intensa em uma laje nervurada, maciça, alveolar ou outro tipo de laje, sem que a mesma não esteja desacoplada com elastômero (laje flutuante), ocorre uma transmissão de ruído de impacto.

Esse ruído é transmitido por vibração estrutural de baixa frequência, propagado diretamente pela laje e pelos flancos através das vedações verticais e varia de acordo com a tipologia, dimensão da laje e tempo de reverberação do ambiente receptor.

Considerando que cada usuário ou morador tem horários e hábitos distintos, na maioria das vezes há conflitos devido ao ruído. A questão do ruído de impacto é um desafio que só é resolvido plenamente no momento da definição dos projetos arquitetônicos e do cálculo estrutural, pois para solucionar o problema quando se trata de uma laje flutuante, é necessário um acréscimo de carga de até 250kg/ m² em soluções com elastômeros e contrapiso armado.

Considerando por hipótese, que em um edifício residencial existam dois apartamentos por andar, de 100m², totalizando 20 andares, teremos um acréscimo de 50 mil quilos por andar. Provavelmente, esse acréscimo de sobrecarga não é previsto para fundação quando não se considera o projeto da laje flutuante.

Hoje é comum, infelizmente, a “não conformidade” em muitos projetos arquitetônicos e obras relativos ao ruído aéreo, às partições verticais, ao ruído de impacto da laje, ruído de coberta, ruído do invólucro de fachada, ruído de máquinas, de geradores, de elevadores, de bombas e de edícula de gás GLP existentes nas edificações. Sem falar no ruído de retrosifonagem relativo à descarga com colunas hidrossanitárias embutidas em shaft (também conhecido como duto), que ligam todos os andares, no ruído de piscinas em coberturas, de vibração e o aéreo de helipontos cada vez mais comum nos edifícios.

Por isso, mais uma vez, a importância de se trabalhar a experiência do cliente final no nascer do projeto arquitetônico, compatibilizado ao projeto acústico e seus complementares. Desta forma, permite-se a mitigação de futuras patologias e, consequentemente, um menor retrabalho na obra, diminuição de custos de correções e custos jurídicos com o cliente final, prevalecendo um projeto arquitetônico que contemple não só a aparência, mas também a experiência permitindo uma agradável convivência entre vizinhos.

Sobre o autor:
Daniel Leite Sampaio é graduado em Arquitetura pela Faculdade de Ciências Humanas ESUDA,
2009,Especialista em Acústica Arquitetônica pela Faculdade de Ciências Humanas ESUDA. Sócio Diretor da empresa Ar Racif filial Fortaleza. Professor convidado da Faculdade de Ciências Humanas — ESUDA onde leciona as disciplinas de Acústica Tip. I e III em pós graduação do cursode Acústica e Iluminação.

Tags: projeto acústico, projeto arquitetônico

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Treinamento da NBR10151 versão 2020

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Este infográfico apresenta em somente uma página todo o procedimento necessário para medição e avaliação dos dados usando a NBR 10.151 versão 2019, atualizada recentemente.

É o material que faltava no seu escritório para você decidir se seus dados de medição estão dentro os critérios da norma ou não.

O material é gratuito e apresenta com exclusividade e de uma forma gráfica como medir e como avaliar os descritores definidos e utilizados na versão mais atualizada da norma NBR 10.151 que foi publicada recentemente em 2019.

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Evite o barulho dos salões de festas

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Pequenas mudanças nos condomínios resolvem a acústica dos ambientes.

Ter um local próximo para se fazer uma festa, sem ter que bagunçar em casa, é um dos principais motivos para o uso dos salões de festas nos condomínios. Em alguns casos, eles também são os locais escolhidos para as reuniões mensais ou mesmo para um encontro de costura. Mas, quando a festa é do barulho, moradores e síndico não entram em acordo.
– O grande problema nos salões de festas é o barulho interno causado, principalmente, pelas pessoas conversando, pela música alta, ou arrastar de móveis.

Em geral, os salões de festas são feitos pensando na praticidade, com materiais de acabamento muito lisos e “selados”, isto é, materiais impermeáveis. Em sua avaliação, esses acabamentos dificultam a absorção sonora tornando o ambiente muito reverberante. Isso acarreta numa dificuldade de compreensão da fala dentro desses ambientes fazendo com que as pessoas tenham que falar cada vez mais alto para se entenderem, associados com o volume do som que normalmente é mais alto pelo mesmo motivo da voz.

A dica é para que o condomínio procure colocar materiais de acabamento mais absorventes no teto. Assim boa parte da reverberação do ambiente é diminuída e, consequentemente, a necessidade de falar alto também.
O uso de pisos flutuantes ou laminados é outra dica, pois pode contribuir para reduzir o ruído propagado via estrutura da construção causado pelo arrastar de móveis e caminhar das pessoas.

O uso de janelas e portas mais espessas ainda ajuda a manter o barulho dentro do salão de festas do condomínio. Porém, é preciso lembrar-se da ventilação do ambiente que, conforme o tamanho do salão pode ser resolvido simplesmente com o uso de sistemas de ar-condicionado tipo Split.

O preço para as reformas em salões varia de acordo com a necessidade de correção acústica. A colocação de forros acústicos é simples e não causa muito transtorno ao condomínio. Já as janelas e portas acústicas são de rápida colocação e existem modelos de janelas para sobreposição não necessitando remover a original. O ideal é sempre pensar nos problemas antes e, então, projetar o ambiente com as soluções acústicas. Isto evita retrabalho e gastos extras com reformas.

Fonte: DC Classificados – Imóveis

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Construtoras terão de fazer isolamento acústico entre apartamentos

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Nova norma de engenharia entrará está em vigor desde maio de 2019. Objetivo é diminuir a discórdia entre vizinhos causada por ruídos.

A partir de 2009, as construtoras brasileiras vão ter que seguir uma nova norma de engenharia. O objetivo é diminuir os motivos de discórdia entre vizinhos.

Quando comprou o apartamento, o administrador de empresas Luiz Carlos Landin não imaginava o que teria de aguentar. “Todo som externo vem para dentro do apartamento”, reclama.

Os vizinhos de cima não sabiam, mas o simples acionamento de uma descarga ou mesmo o som de passos faziam muito barulho no apartamento de baixo. As brincadeiras de uma criança e o arrastar de cadeiras viravam uma tortura para o vizinho.

O ruído chega a ser 15% acima do limite que é considerado confortável pelos especialistas.

“Eu acho que o silêncio faz parte do seu bem-estar, para você dormir, para você relaxar. Mas, você tem toda essa barulhada dentro de casa”, reclama.

O problema pode estar onde normalmente o consumidor não consegue ver: a espessura de uma parede e o tipo do material usado. Tudo isso influencia no isolamento acústico.

Uma nova norma brasileira de engenharia determina que não deve haver vazamento de ruídos entre os cômodos de um imóvel e entre os apartamentos. Determina também que o piso deve atenuar os sons resultantes de impacto.

“Vai ser feito um teste e ele pode exigir o seu certificado antes de comprar. Se não tiver, não compre”, afirma o professor de acústica da Universidade Federal de Minas Gerais, Marco Antonio Vecci.

Se necessário, as construtoras deverão usar materiais especiais entre a laje e o contra piso. A queda de um objeto pode causar no andar de baixo um barulho 30% maior do que sobre um piso com isolamento acústico.

As construtoras têm até maio do próximo ano para se adequarem às novas regras. Em apartamentos já construídos, como o de Luiz, vale a regra da boa convivência.

“A gente mandou emborrachar o sapato, que era um solado de couro e a gente colocou um solado de borracha. A cadeira, que incomoda, a gente colocou um fundo de feltro. São coisas muito simples, muito baratas, que não atrapalham nada na vida de ninguém”, diz o projetista Regis Hoffmann, vizinho de Luiz.

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Casas noturnas são obrigadas a cumprir lei do silêncio

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Lei do silêncio ou perturbação do sossego?

Sou condômino morador e estou enfrentando problemas para sanar o seguinte problema:

No caso de condomínios o regulamento interno prevê o horário das 22:00 até as 7:00 da manhã, onde deve-se obedecer ao silêncio. No meu caso o horário das 22:00 foi alterado para 00:00 em votação na assembleia geral, o que eu considero ilegal, afinal ninguém tem o direito de perturbar o sossego alheio para benefício de alguns, aliás uma questão curiosa, recebi uma notificação do síndico, restringindo o uso de aspirador de pó após as 9:30, por tratar-se de condomínio de veranistas, e eu estaria fazendo muito barulho pela manhã.

Lei do silêncio ou perturbação do sossego?

A lei do silêncio é Federal? Alguns dizem que ela não tem validade no Guarujá, é possível?

De qualquer forma, para tentar resolver o problema do barulho (gritaria de crianças e adultos e som alto) até altas horas, entrei com uma representação dia 14/01/08 contra o condomínio, no caso o síndico.
Como testemunha, conto com o síndico e vários moradores que tem seus apartamentos de frente com o nosso, sendo que alguns condôminos deixaram de frequentar seus imóveis devido ao insuportável barulho produzido, nas férias, feriados e finais de semana. O condomínio ao lado fez, em janeiro de 2007 uma notificação extra judicial, solicitando providências, que até o presente não foram cumpridas.

Como esta questão é muito polêmica, gostaria de sugestões e ações que eu e os demais incomodados possamos tomar para sanar este problema, que completa 4 anos.

Agradeço a colaboração
Horst


Leia mais: http://jus.com.br/forum/66614/lei-do-silencio-ou-perturbacao-do-sossego#ixzz3ZCJUyxwW

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